Saturday, February 24, 2007

Condições precárias

Sob o sol ardente do deserto, os escombros de uma vila, Bandala, jazem desordenados.
Outrora lar de centenas de pessoas, não é mais do que pedras soltas, potes partidos e cinza, soterrados na areia. Ocasionalmente há sinais da vida que as pessoas levaram ali: um sapato abandonado, o resto de uma embalagem de bolachas na brisa poeirenta.
A devastação é evidente. Tudo nesta vila foi destruído e incendiado, e há muito que a população partiu.
Bandala é apenas uma das dezenas de vilas na fronteira do Chade apanhadas pela insurreição e pelo arrasador conflito inter-étnico entre Árabes e Africanos. A violência e os ataques ultrapassam a fronteira do Sudão e ameaçam os países vizinhos. A cada dia mais e mais pessoas sofrem no Chade o violento conflito, e a situação está a tomar proporções desmesuradas.
Não são só as milícias Sudanesas que atravessam fronteiras atrás dos refugiados. É o espectro de morte e xenofobia que lhes está incutido e assola as populações outrora pacíficas dos países vizinhos. Surgem já milícias Chadianas, de civis que adoptam a ideologia e transportam o conflito para o seu território, pegando em armas contra os seus conterrâneos, com quem sempre coexistiram pacificamente.

A situação torna-se alarmante. A afluência de refugiados Darfurianos é imensa, e agora também milhares de nacionais se vêem obrigados a procurar asilo nos campos de refugiados, numa batalha constante pela segurança e sobrevivência e segurança, e porque as suas vilas foram destruídas.
A ajuda internacional é insuficiente, os meios escassos: e explorados até ao limite das suas capacidades. Ainda assim, em breve, as necessidades mais básicas dos refugiados podem deixar de conseguir ser mantidas pela ajuda humanitária.
As adversidades climáticas e a escassez de recursos, com especial destaque para a água, conjugado com o espectro de morte e destruição, o terror e a eminência de ataques violentos, tornam as condições de vida desses refugiados extremamente precárias e colocam o Chade nas prioridades das NU, que temem uma insurreição e uma expansão do conflito a toda a região, com uma magnitude em que se tornará quase impossível controlar.
Discute-se o reforço da defesa pelas forças de intervenção humanitária no Chade, para a contenção da expansão do conflito.

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