The Islamic Court Union controlam a maioria do sul da Somália, incluindo Mogadishu, com a excepção de uma pequena área em Baioda onde se encontram as tropas ugandesas e etiópicas.
Desde Setembro, não só mantiveram o seu controle, como também o expandiram através de mais cidades e regiões, controlando actualmente a maioria do sul e centro da Somália.
O ICU está a difundir a Lei Sharia á medida que controlam mais e mais território.
Sharia é o corpo principal da lei islâmica. É o enquadramento legal de determinados aspectos da vida pública e privada daqueles que vivem sob os princípios da Jurisprudência muçulmana.
Lida com diversos aspectos do dia a dia desde política, economia, e matéria social; impondo rígidas condutas de comportamento social e religioso. Á semelhança outros regimes totalitários que bem conhecemos serviram-se de um grande empreendimento propagandístico, opressão e duras punições para as impor.
Os confrontos continuam na Somália, entre o governo de transição reconhecido pelas NU que controla Baioda, as facções controladas pelos warlord que se ripostam para manter o Norte sob o seu domínio, e uic que avança para o norte da região sul e centro sob o seu controle.
Não só impões sharia como também dão ênfase á Jihad, incluindo “seminários” para a população e uma crescente militarização visível da população. Constroem-se campos de treino para agrupar novas milícias. Uma das mensagens mais preocupantes para o mundo é o estrondoso sucesso com que uic está a desenvolver as suas Jihads islâmicas.
Desde que tomaram posse da Somália, e apesar da privação sistemática das liberdades civis e das condutas religiosas compostas, das punições duras e da militarização crescente; a maioria da população mantém-se feliz e não tem havido, literalmente, resistência civil ao controlo das uic. Pelo que parece, face a desordem e falta de legislação, á insegurança e instabilidade que se viviam no território a população prefere qualquer forma de lei e segurança, mesmo nestes desígnios em que esta a ser usada, do que a anarquia total.
Desde a ocupação não há militantes armadas e assaltantes nas ruas, o preço dos produtos baixou pela segurança crescente. Os mercados funcionam e as crianças vão á escola sem medo, os hospitais podem de novo canalizar todos os seus recursos para ajudar a população sem a sobrecarga constante do trauma e do conflito. Ainda que ao preço elevadíssimo de todas as liberdades sociais, houve um incontestável aumento de segurança .
Na base do conflito estão interesses económicos. Note-se que os geólogos colocam a Somália e o Sudão no topo das perspectivas dos produtores de petróleo em África.
Várias empresas, tais como Conoco, Chevron, Phillips, ou Shell obtiveram desde cedo licenças de exploração no norte da Somália, do governo de Siad Barre.
O factor petróleo na Somália é de extrema importância, na medida em que quatro gigantes americanos tinham acordos com o governo antes da guerra civil. Podem, portanto, obter grandes recompensas na restauração da paz. É um factor chave que pode ajudar na compreensão da intervenção internacional.
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