O nome Butão faz lembrar um pequeno paraíso perdido nos confins da Índia e da china. Trata-se, no entanto, de um reino despótico, rígido e sectário. A prova: as minorias são mantidas aparte em campos.
Como todos os reinos prepotentes o do Butão sempre foi extremamente hostil a qualquer forma de diferença de divergência e de diversidade. Neste minúsculo reino Himalaia está estabelecida há 30 anos uma monarquia absoluta. Há 16 que exilam todos os Lhotshampas (butaneses de origem nepalesa) .
São raras as pessoas, mesmo no sudeste asiático, que sabem que o Butão – proporcionalmente – é o pais do mundo que expulsou mais população nacional. Esta limpeza, embora pouco estudada, processou-se em tão grande escala que ninguém sabe o número dos Lhotshampas que foram torturados, mutilados, assassinados e expulsos pelo regime. O regime controla ferozmente a imprensa nacional e o Rei Jigme Singye Wangchuk é o segundo violador massivo dos direitos humanos no sudeste Asiático que não é sequer referenciado nas notícias.
Para já propõe-se reinstalar progressivamente os refugiados. Ora este tipo de medida não tem possibilidade de sucesso e pode até ser contraproducente, pela simples razão de se tratar os sintomas ao invés de atacar a causa da crise no seu conjunto: o fanatismo da monarquia Butanesa, e o facto de esta ser um dos bastiões do purismo racial no mundo.
Nos mais dispares recantos do mundo brotam situações como a apresentada, muitas vezes desconhecidas e pior: ignoradas. Para uma sociedade que adopta como baluarte a Declaração Universal dos Direitos do Homem, longa vai a lista de situações que tolerou impavidamente, e ao que parece a História não lhe serve de exemplo já que não demonstra sinais de qualquer tipo de actuação eficiente no âmbito de prevenir e erradicar violações dos mais básicos direitos do Homem.
O número de casos de genocídio e crimes contra a humanidade estabelece uma relação inversa com a credibilidade nas entidades responsáveis fundadas e a esperança de mudança – que diminuem progressivamente.
Comments
Ninguêm repara neste tipo de genocidios...o Butão é um país que passa despercebido, naquele mundo asiático, a não ser pela sua pobreza...o genocidio por si só, uma limpeza etnica, o ódio, pode ter raízes culturais, históricas, religiosas entre as raças ou nacionalidades opostas...mas acho mais que absurdo esta monarquia "limpar" sujeitos da mesma nacionalidade("o Butão...é o pais do mundo que expulsou mais população nacional").nem na na propria raça são tolerantes, porquê afinal?é só a natureza humana?
Jorge Gasalho
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